1) Sensei, quando e como foi sua vinda do Japão para o Brasil? Eu vim
para o Brasil com oito anos de idade, com a minha família, como
imigrante. Isso foi em 1934. Primeiro, fomos para Mogiana (região
norte do Estado de São Paulo). Meu pai trabalhou um ano e sete
meses lá e depois nos mudamos para Sorocabana (região
centro oeste do Estado de São Paulo), onde continuei com meus
estudos. Fiquei trabalhando até os trinta anos na lavoura e,
após o falecimento do meu pai, mudei para São Paulo. Naquele
tempo, tinha um grande sonho, que era treinar algum budo japonês.
Queria fazer judo, kendo ou qualquer outro budo tradicional do Japão.
2) Como foi o início dos treinos do Aikido? Eu assisti a demonstração, não sabia como era mas gostei. No sábado seguinte voltei ao dojo com meu colega e, Kawai sensei me convidou a conhecer o Aikido. Ele me aplicou uma técnica, gostei e me matriculei. Eu era o sexto aluno e meu colega o sétimo. Isso já faz 40 anos, foi em 20 de março em 1963. Sempre recebi um grande apoio e carinho de Kawai shihan, devo muito a ele e até agora estou curtindo o aikido (risos). 3) Quem serviu de uke para o Kawai shihan na demonstração? Na primeira demonstração, Kawai sensei não tinha aluno e parece que o uke dele foi um judoka do Dojo Ono, era um rapaz grandão, mas, como os golpes eram muito rápidos não lembro de muita coisa. Depois que eu entrei, como vinha do Judo, fui durante muito tempo uke do Kawai sensei. 4) Quando o senhor começou a dar aula? Como eu
era o mais idoso daquela época sempre fui assistente do Kawai
sensei. Sempre o auxiliei. E, em 1967, recebi dele o Dojo. No início,
Kawai sensei vinha todos os dias, mas quem dava aula era eu. Tinha bastante
faixas-preta, mas todo mundo saiu e só fiquei eu (risos). Diversos mestres deram aula lá, alguns eram do Japão. Mas depois que Kawai sensei abriu outro Dojo, todos foram para lá. Eu também ia duas vezes por semana treinar na matriz.
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